Significado

A palavra morfologia tem origem grega e vem da uniao de morphe “forma, aparência”+ “logos “palavra, estudo, tratado”. o exame tem exatamente a finalidade de estudar a morfologia do feto e consiste em logo cedo na gestaçao.

Período de realizaçao

Entre 11 e 13 semanas e 6 dias de gestaçao que representa o tempo em que o feto mede, da cabeça até a nádega, de 45 a 84 mm de comprimento ) iniciar a busca por possíveis alteraçoes que possam existir na anatomia do feto.

Conteúdo do exame

Além da anatomia fetale da procura por doenás da formaçao, é também nesse período que é possível realizar o rastreio de doenças cromossômicas, mais conhecidas como síndromes genéticas, através da avaliaçao de marcadores ultrassonográficos famosos como a medida da translucência nucal (sua medida deve estar adequada para a idade gestacional de cada bebê), a avaliaçao do osso nasal (deve estar presente e nao ausente), a avaliaçao cardíaca fetal (através da medida do grau de refluxo que existe na válvula tricúspide), o doppler do ducto venoso (vaso fetal que representa indiretamente a funçao cardíaca e cujo formato da onda ao estudo doppler pode indicar sinais de insuficiência cardíaca). todas as informaçoes obtidas durante o exame sao utilizadas em conjunto com informaçoes sobre a mae (como a idade materna) para a a realizaçao de um “cálculo de risco” para a presença ou ausência de doença dos cromossomos fetais (a síndrome de down, síndrome de edwards e síndrome de patau).
este cálculo nao é diagnóstico mas sim prognóstico, ou seja, visa estimar qual o risco que cada feto tem, a partir de sua morfologia e da idade da sua mae, de possuir ou nao alguma síndrome. o resultado é expresso em números e o feto pode ser classificado como de alto, médio ou baixo risco de acordo com os valores encontrados. para fins de classificaçao os fetos cujo risco for menor que 1 para cada 1.000 (1:1000) serao incluidos na categoria de baixo risco, os fetos cujo risco esteja entre 1:1000 e 1:100 serao incluidos como risco intermediário e aqueles cujo resultado for maior que 1:100 serao classificados como de alto risco.

Analisando os resultados

Mas se um feto é classificado como de alto risco isso significa que ele possui alguma síndrome? a resposta é nao. o resultado 1:100 significa que em um universo de 100 fetos cujos achados do ultrassom foram iguais (geralmente quando algum parâmetro descrito acima está alterado ou a idade materna é avançada, por exemplo, acima dos 35 anos) um deles deve ter a presença da síndrome, assim como se o resultado final é menor que 1:1000 (categoria baixo risco), isto nao exclui a presen;a de doenças genéticas mas que uma síndrome cromossômica será encontrada em um universo de 1 em cada 1.000 fetos com os mesmos achados de ultrassom e idade materna.

Quem é o médico que realiza este exame?

Para a realizaçao deste cálculo porém é preciso que o médico que realiza o exame esteja devidamente habilitado. é utilizada uma fórmula disponível apenas para o profissional licenciado pela fetal medicine foudation, instituiçao inglesa com sede em londres que submete anualmente o especialista a auditorias a cerca da capacidade de realizaçao deste tipo de ultrassonografia ( lista de médicos devidamente licenciados ver www.fetalmedicinefoudation.com) e o profissional que atende ao requisitos recebe uma licença que o permite ter acesso a esta fórmula. além disso o ultrassonografista (seja ele especialista em medicina fetal, radiologista ou especialista em ultrassom) deve conhecer as recomendaçoes para a realizaçao dos cortes ultrassonográficos, ou seja, as orientaçoes para correta forma de obter as imagens e fotos do feto, orientaçoes que também sao exigidas por órgaos interncionais através de guidelines e recomendaçoes (ver fetal medicine foudation – fmf e international society of ultrasound in obstetrics and gynecology – isuog).

Informaçoes complementares – Risco para pré-eclâmpsia

Além de auxiliar na avaliaçao morfológica e na realizaçao do cálculo de risco, o exame morfológico do 1o trimestre também é útil no cálculo de risco para o desenvolvimento de pré-eclâmpsia na gestaçao. a pré-eclâmpsia e suas complicaçoes representam hoje uma importante causa de mortalidade materna sobremaneira no brasil e toda e qualquer forma de predizer sua presença deve ser utilizada pelos profissionais de saúde envolvidos com a gestaçao. para isso estudos foram feitos em mulheres em todo o mundo e através de achados da história materna bem como dados do exame físico como peso e altura no início da gestaçao, além de alguns achados do ultrassom do 1o trimestre, também é possível se estabelecer um risco para o desenvolvimento da doença na gestaçao.

Quem é o médico que realiza este exame?

Mais uma vez o profissional habilitado pode, através da avaliaçao do estudo doppler das artérias uterinas maternas e dos achados de idade, exame físico e histórico obstétrico realizar um cálculo cujo algoritmo pode ser encontrado em www.fetalmedicinefoundation.com e estimar este risco. os resultados, assim como no cálculo de risco para doenças cromossômicas, é expresso em números e as categorias para fins de classificaçao sao alto risco (quando o resultado é maior que 1:200) ou baixo risco (menor que 1:200).
o resultado deste cálculo nao visa atestar que a doença estará presente na gestaçao mas sim nortear o pré-natalista na conduçao desta mulher e, baseado em estudos científicos que mostraram resultados favoráveis, de alto impacto, iniciar condutas medicamentosas visando diminuir o risco para aquelas mulheres que mostrarem indicaçao (quando o risco é considerado alto), reduzindo assim o impacto da pré-eclâmpsia na morbi-mortalidade materna e fetal.

Converse com o seu obsteta sobre este exame e procure um médico devidamente habilitado para realiza-lo.